17. O deus desaparecido fala

Nós corremos até ficarmos exaustos. Rachel nos desviou de armadilhas, mas não
tínhamos um destino em mente — apenas para longe daquela montanha negra e do
rugido de Cronos.
Nós paramos em um túnel de rocha branca úmida, como se fosse parte de uma caverna
natural. Eu não ouvia nada atrás de nós, mas eu não me senti nem um pouco mais
seguro. Eu ainda podia me lembrar daqueles anormais olhos dourados me encarando no
rosto de Luke, e da sensação de que meus membros estavam lentamente se
transformando em pedra.
“Eu não posso ir mais longe,” Rachel arfou, apertando seu peito.
Annabeth chorou o tempo todo enquanto estivemos correndo. Agora ela desmoronou e
pôs a cabeça entre os joelhos. Seus soluços ecoavam no túnel.
Nico e eu sentamos perto um do outro. Ele soltou sua espada perto da minha e respirou
vacilante.
“Que droga,” ele disse, o que eu achei que resumia as coisas muito bem.
“Você salvou nossas vidas,” falei.
Nico limpou a sujeira do rosto. “Culpe as garotas por me arrastarem. Foi a única coisa
em que elas concordaram. Nós tínhamos que ajudar ou você ia bagunçar as coisas.”
“Que bom que elas cofiam tanto em mim,” eu iluminei a caverna com a minha lanterna.
Água escorria das estalactites como uma chuva em câmera lenta. “Nico... você, hã, meio
que se entregou.”
“O que você quer dizer?”.
“Aquela parede de pedra negra? Foi realmente impressionante. Se Cronos não sabia
quem você era antes, agora ele sabe — um filho do Mundo Inferior.”
Nico franziu as sobrancelhas. “Grande coisa.”
Deixei cair a lanterna. Imaginei que ele estava apenas tentando esconder o quanto ele
estava assustado, e eu não podia culpá-lo.
Annabeth levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos de chorar. “O que... o que
havia de errado com Luke? O que fizeram com ele?”
Contei a ela o que eu vira no caixão, o modo como o último pedaço do espírito de
Cronos entrou no corpo de Luke quando Ethan Nakamura se comprometeu em servi-lo.
“Não,” Annabeth disse. “Isso não pode ser verdade. Ele não poderia —”
“Ele se entregou a Cronos,” falei. “Sinto muito, Annabeth. Mas Luke se foi.”
“Não!” ela insistiu. “Você viu quando Rachel o acertou.”
Assenti, olhando Rachel com respeito. “Você acertou o Senhor dos Titãs no olho com
uma escova de cabelo de plástico azul.”
Rachel parecia embaraçada. “Era a única coisa que eu tinha.”
“Mas vocês viram,” Annabeth insistiu. “Quando a escova o acertou, por apenas um
segundo, ele ficou atordoado. Ele recuperou os sentidos.”
“Então Cronos não havia se estabelecido no corpo, ou o que seja,” eu disse. “Isso não
significa que Luke estava no controle.”
“Você quer que ele seja mau, é isso?” Annabeth gritou. “Você não o conheceu antes,
Percy. Eu conheci!”
“Qual é o seu problema?” rebati. “Por que você ainda o defende?”
“Opa, vocês dois,” Rachel disse. “Parem com isso!”
Annabeth se virou para ela. “Fique fora disso, garota mortal! Se não fosse por você...”
O que quer que ela fosse dizer, sua voz quebrou. Ela abaixou a cabeça e soluçou
miseravelmente. Eu queria confortá-la, mas não sabia como. Eu ainda me sentia
atordoado, como se o efeito câmera lenta de Cronos tivesse afetado meu cérebro. Eu
apenas não conseguia compreender o que eu vira. Cronos estava vivo. E o fim do
mundo provavelmente estava bem próximo.
“Temos que ir andando,” disse Nico. “Ele vai mandar monstros atrás de nós.”
Ninguém estava em forma para correr, mas Nico estava certo. Eu me ergui com
dificuldade e ajudei Rachel a se levantar.
“Você fez bem lá atrás,” eu disse a ela.
Ela esboçou um fraco sorriso. “É, bem. Eu não queria que você morresse.” Ela corou.
“Quero dizer... só por que, você sabe. Você me deve um monte de favores. Como eu
vou cobrar se você morrer?”
Eu me ajoelhei perto de Annabeth. “Ei, sinto muito. Temos que ir.”
“Eu sei,” ela disse. “Eu estou... eu estou bem.”
Ela claramente não estava bem. Mas ela ficou de pé, e começamos a nos afastar pelo
Labirinto de novo.
“De volta a Nova York,” eu disse. “Rachel, você pode —”
Eu congelei. Alguns metros a nossa frente, minha lanterna encontrou um pedaço de
tecido vermelho pisoteado e deixado no chão. Era um boné Rasta: o que Grover sempre
usava.

***

Minhas mãos tremiam quando peguei o boné. Parecia ter sido pisoteado por uma bota
enlameada gigantesca. Depois de tudo que tinha acontecido hoje, eu não podia suportar
a ideia de que algo pudesse ter acontecido com Grover também.
Então eu notei outra coisa. O chão da caverna estava lamacento e úmido por causa da
água que caía das estalactites. Havia pegadas enormes como as de Tyson, e outras
menores — cascos de bode — indo pela esquerda.
“Nós temos que segui-los,” eu disse. “Eles foram por aquele caminho. Isto deve ser
recente.”
“E quanto ao Acampamento Meio-Sangue?” Nico falou. “Não há tempo.”
“Nós temos que achá-los,” Annabeth insistiu. “Eles são nossos amigos.”
Ela pegou o boné pisoteado de Grover e seguiu adiante.
Eu segui preparado para o pior. O túnel era traiçoeiro. Ele inclinava em ângulos
esquisitos, e estava viscoso pela umidade. Metade do tempo estávamos escorregando e
derrapando ao invés de andar.
Finalmente chegamos à base de uma encosta e nos encontramos em uma grande caverna
com enormes colunas de estalagmite. Pelo centro do lugar corria um rio subterrâneo, e
Tyson estava sentado na beirada, embalando Grover em seu colo. Os olhos de Grover
estavam fechados. Ele não se mexia.
“Tyson!” gritei.
“Percy! Venha rápido!”
Nós corremos até ele. Grover não estava morto, graças aos deuses, mas seu corpo todo
tremia como se ele estivesse congelando até a morte.
“O que aconteceu?” perguntei.
“Muitas coisas,” Tyson murmurou. “Cobra grande. Cachorros grandes. Homens com
espadas. Mas então... nós chegamos perto daqui. Grover estava agitado. Ele correu. Aí
chegamos a este lugar, e ele caiu. Desse jeito.”
“Ele disse alguma coisa?” perguntei.
“Ele disse, ‘Estamos perto’. Então ele bateu a cabeça nas rochas.”
Eu me ajoelhei perto dele. A única vez que eu vira Grover desmaiar foi no Novo
México, quando ele tinha sentido a presença de Pan.
Eu iluminei as paredes da caverna com minha lanterna. As rochas brilharam. Na outra
extremidade havia uma entrada para outra caverna, flanqueada por colunas gigantescas
de cristal, que pareciam diamantes. E além da entrada...
“Grover,” eu disse. “Acorde.”
“Uhhhhhhhh.”
Annabeth se ajoelhou perto dele e jogou água gelada do rio em seu rosto.
“Caramba!” Suas pálpebras tremeram. “Percy? Annabeth? Onde...”
“Está tudo bem,” eu disse. “Você desmaiou. A presença foi demais para você.”
“E-eu me lembro. Pan.”
“É,” eu disse. “Algo poderoso está bem atrás daquela entrada.”

***

Eu fiz umas apresentações rápidas, já que Tyson e Grover ainda não conheciam Rachel.
Tyson disse a Rachel que ela era bonita, o que fez as narinas de Annabeth dilatarem
como se ela fosse soprar fogo.
“De qualquer forma,” falei. “Vamos, Grover. Se apóie em mim.”
Annabeth e eu o ajudamos a se levantar, e juntos atravessamos o rio subterrâneo. A
correnteza era forte. A água chegava às nossas cinturas. Eu desejei ficar seco, o que é
uma habilidade bem útil, mas isso não ajudava os outros, e eu ainda podia sentir o frio,
como se estivéssemos avançando por um monte de neve.
“Eu acho que estamos nas Cavernas Carlsbad,” Annabeth disse, seus dentes batendo.
“Talvez uma parte inexplorada.”
“Como você sabe?”
“Carlsbad é no Novo México,” ela disse. “Isso explicaria o inverno passado.”
Eu assenti. O episódio do desmaio de Grover ocorreu quando passamos pelo Novo
México. Foi onde ele se sentira mais perto do poder de Pan.
Saímos da água e continuamos andando. Conforme as colunas de cristal ficavam
maiores, eu comecei a sentir o poder emanando do cômodo adiante. Eu já tinha ficado
na presença de deuses antes, mas isto era diferente. Minha pele formigou com energia
viva. Meu cansaço sumiu, como se eu tivesse tido uma ótima noite de sono. Eu podia
sentir que estava ficando mais forte, como uma daquelas plantas em vídeo de tempo
acelerado. E o aroma vindo de dentro da caverna não era nada parecido com o de um
subterrâneo frio e úmido. Cheirava a árvores e flores e um dia morno de verão.
Grover choramingou de emoção. Eu estava atordoado demais pra andar. Mesmo Nico
parecia sem palavras. Nós entramos na caverna, e Rachel disse, “Oh, uau.”
As paredes brilhavam com cristais — vermelho, verde e azul. Em luzes curiosas, lindas
plantas cresciam — orquídeas gigantes, plantas em formato de estrela, vinhas
estourando com frutas laranjas e roxas que penetravam entre os cristais. O chão da
caverna estava coberto de musgo. Acima, o teto era mais alto que uma catedral,
brilhando como uma galáxia de estrelas. No centro da caverna havia uma cama no estilo
romano, a madeira banhada em ouro com o contorno de um U curvado, com almofadas
de veludo.
Animais descansavam em volta dela — mas eram animais que não deveriam estar vivos.
Havia um pássaro Dodô, algo que parecia o resultado de um cruzamento entre um tigre
e um lobo, um roedor gigante que parecia a mãe de todos os porquinhos da índia, e
perambulando atrás da cama, pegando frutas com sua tromba, havia um mamute coberto
de lã.
Na cama jazia um velho sátiro. Ele nos observou conforme nos aproximávamos, seus
olhos tão azuis quanto o céu. Seu cabelo enrolado era branco assim como a sua barba
pontuda. Até o pelo de bode em suas pernas estava polvilhado de cinza. Seus chifres
eram enormes — marrons polidos e curvados. De jeito nenhum ele conseguiria escondêlos
sob um boné como Grover fazia. Em volta de seu pescoço havia um conjunto de
flautas de madeira.
Grover caiu de joelhos diante da cama. “Lorde Pan!”
O deus sorriu gentilmente, mas havia tristeza em seus olhos. “Grover, meu querido,
bravo sátiro. Eu esperei um tempo muito longo por você.”
“Eu... me perdi,” Grover se desculpou.
Pan riu. Era um som maravilhoso, como a primeira brisa da primavera, enchendo toda a
caverna com esperança. O lobo-tigre suspirou e descansou sua cabeça no joelho do
deus. O pássaro Dodô bicou a pata do deus afetuosamente, fazendo um barulho estranho
no fundo do seu bico. Eu podia jurar que ele estava cantarolando “It´s a Small World.”
Mesmo assim, Pan parecia cansado. Toda a sua imagem tremeluzia como se ele fosse
feito de Névoa.
Percebi que meus amigos estavam se ajoelhando. Eles tinham olhares receosos em seus
rostos. Ajoelhei também.
“Você tem um pássaro Dodô cantante,” eu disse estupidamente.
Os olhos do deus cintilaram. “Sim, esta é Dede. Minha pequena atriz.”
Dede, a Dodô, pareceu ofendida. Ela bicou o joelho de Pan e cantarolou algo que
parecia uma marcha fúnebre.
“Este é o lugar mais lindo de todos!” Annabeth disse. “É melhor do que qualquer prédio
já planejado.”
“Estou feliz que tenha gostado, minha querida,” Pan disse. “É um dos últimos lugares
selvagens. Receio que meu domínio acima tenha se encerrado. Apenas pedaços
remanescem. Minúsculos pedaços de vida. Este deve permanecer intocado... por mais
um pouco.”
“Meu senhor,” Grover falou, “por favor, o senhor deve retornar comigo! Os anciões
jamais acreditarão em mim! Eles ficarão radiantes! Você pode salvar a natureza!”
Pan pôs a mão na cabeça de Grover e embaraçou seu cabelo enrolado. “Você é tão
jovem, Grover. Tão bom e verdadeiro. Acho que escolhi bem.”
“Escolheu?” Grover disse. “E-eu não entendo.”
A imagem de Pan tremeu, momentaneamente transformando-se em fumaça. O
porquinho da índia gigante foi pra debaixo da cama com um guincho terrível. O mamute
peludo grunhiu nervoso. Dede escondeu a cabeça sob a sua asa. Então Pan se formou
novamente.
“Eu dormi várias eras,” o deus disse miseravelmente. “Meus sonhos têm sido sombrios.
Eu acordo de forma intermitente, e a cada vez fico desperto por menos tempo. Agora
estamos próximos do fim.”
“O quê?” Grover balbuciou. “Mas não! O senhor está bem aqui!”
“Meu querido sátiro,” Pan falou. “Eu tentei dizer ao mundo, dois mil anos atrás. Eu
anunciei para Lysas, um sátiro muito parecido com você. Ele morava em Éfeso, e ele
tentou espalhar a notícia.”
Annabeth arregalou os olhos. “A velha estória. Um marinheiro passando pela costa de
Éfeso ouviu uma voz gritando da margem, ‘Diga a eles que o grande deus Pan está
morto.’”
“Mas não era verdade!” Grover disse.
“Sua espécie nunca acreditou,” Pan disse. “Vocês queridos, teimosos sátiros se
recusaram a aceitar minha morte. E eu os amo por isso, mas vocês apenas adiaram o
inevitável. Vocês apenas prolongaram minha longa, dolorosa passagem, meu obscuro
sono crepuscular. Isso deve acabar.”
“Não!” a voz de Grover tremeu.
“Querido Grover,” Pan disse. “Você deve aceitar a verdade. Seu companheiro, Nico, ele
entende.”
Nico assentiu devagar. “Ele está morrendo. Ele deveria ter morrido há muito tempo.
Isto... isto é mais como uma memória.”
“Mas deuses não podem morrer,” Grover disse.
“Eles podem desaparecer,” Pan disse, “quando tudo que eles prezam se foi. Quando eles
param de ter poder, e seus lugares sagrados desaparecem. A natureza, meu querido
Grover, é tão pequena agora, tão despedaçada, que nenhum deus pode salvá-la. Meu
domínio acabou. É por isso que preciso que você leve uma mensagem. Você deve voltar
ao Conselho. Você deve contar aos sátiros, e às dríades, e aos outros espíritos da
natureza, que o grande deus Pan está morto. Conte sobre a minha partida. Pois eles tem
que parar de esperar que eu os salve. Eu não posso. A única salvação vocês mesmos
devem fazer. Cada um de vocês deve —”
Ele parou e franziu a testa para o pássaro dodô, que começara a cantarolar de novo.
“Dede, o que você está fazendo?” Pan exigiu. “Você está cantando Kumbaya de novo?”
Dede olhou para cima inocentemente e piscou seus olhos amarelos.
Pan suspirou. “Todo mundo é um cínico. Mas como eu dizia, meu querido Grover, cada
um de vocês deve se dedicar ao meu chamado.”
“Mas... não!” Grover soluçou.
“Seja forte,” Pan disse. “Você me achou. E agora deve me libertar. Você deve carregar
meu espírito. Ele não pode ser mais carregado por um deus. Ele deve ser tomado por
todos vocês.”
Pan olhou diretamente para mim com seus claros olhos azuis, e eu percebi que ele não
estava falando apenas de sátiros. Ele se referia a meio-sangues, também, e humanos.
Todo mundo.
“Percy Jackson,” o deus disse. “Eu sei o que você viu hoje. Eu conheço suas dúvidas.
Mas eu lhe dou esta notícia: quando a hora chegar, você não será dominado pelo medo.”
Ele se virou para Annabeth. “Filha de Atena, sua hora está chegando. Você
desempenhará um grande papel, porém pode não ser o papel que você espera.”
Então ele olhou para Tyson. “Mestre Ciclope, não desanime. Os heróis raramente estão
à altura das nossas expectativas. Mas você, Tyson — seu nome viverá entre os ciclopes
por gerações. E Srta. Rachel Dare...”
Rachel hesitou quando ele disse seu nome. Ela virou o rosto, como se fosse culpada de
alguma coisa, mas Pan apenas sorriu. Ele estendeu a mão numa bênção.
“Eu sei que você acredita que não pode corrigir as coisas,” ele disse. “Mas você é tão
importante quanto seu pai.”
“Eu—” Rachel vacilou. Uma lágrima escorreu por sua bochecha.
“Eu sei que você não crê nisso agora,” Pan disse. “Mas procure por oportunidades. Elas
virão.”
Finalmente ele se virou novamente para Grover. “Meu querido sátiro,” Pan disse
amavelmente, “você carregará minha mensagem?”
“E-eu não posso.”
“Você pode,” Pan disse. “Você é o mais forte e o mais corajoso. Seu coração é
verdadeiro. Você acreditou em mim mais do que qualquer um já acreditou, por isso é
você que deve levar a mensagem, e deve ser o primeiro a me libertar.”
“Eu não quero.”
“Eu sei,” o deus disse. “Mas meu nome, Pan... originalmente significava rústico. Você
sabia disso? Mas com os anos ele passou a significar tudo. O espírito da natureza deve
passar para todos vocês agora. Você deve dizer a todos que conhece: se você quer
encontrar Pan, leve o espírito de Pan. Refaça a natureza, um pouco de cada vez, cada
um no seu canto do mundo. Você não pode esperar que ninguém, nem mesmo um deus,
faça isso por você.”
Grover limpou os olhos. Então vagarosamente ele se levantou. “Eu passei minha vida
toda procurando por você. Agora... eu o liberto.”
Pan sorriu. “Obrigado, querido sátiro. Minha bênção final.”
Ele fechou os olhos, e o deus se dissolveu. Névoa branca se dividiu em punhados de
energia, mas esse tipo de energia não era assustadora como o poder azul que eu vira em
Cronos. Ela encheu o lugar. Um anel de fumaça veio direto para a minha boca, e para a
de Grover e a dos outros. Mas acho que um pouco mais foi para a de Grover. Os cristais
escureceram. Os animais nos deram um olhar triste. Dede, o Dodô, suspirou. Então
todos eles ficaram cinza e se desintegraram em poeira. As vinhas murcharam. E nós
ficamos sozinhos numa caverna escura com uma cama vazia.
Eu liguei minha lanterna.
Grover respirou fundo.
“Você... você está bem?” perguntei a ele.
Ele parecia mais velho e mais triste. Ele pegou seu boné com Annabeth, limpou a lama,
e o firmou em sua cabeça encaracolada.
“Nós devemos ir agora,” ele disse, “e contar a eles. O grande deus Pan está morto.”

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